lundi 14 mai 2012

Inesquecível...

Lembro-me perfeitamente...8 de Agosto de 2009
Era uma noite de Verão, noites em que se acumulam as festas; dança, bandas, cerveja e pessoal. Naquela noite, toda a gente se dirigiu para a aldeia mais próxima, procurando diversão.
Mas tu e eu, saímos da multidão, andamos em sentido contrário a todos aqueles carros. Fugimos para o nosso mundo, que nos dias seguintes frequentariamos com inhabitual frequência...

Enquanto conduzias, tudo parecia normal. Não era a primeira vez que andávamos os dois no carro. Mas assim que paraste frente à casa...
O mato à volta, o silêncio, a noite escura, a consciência da loucura que estávamos a cometer, paralizaram-nos por alguns instantes.
Ali sentados no carro, frente ao portão, as chaves na mão, pensávamos... Se alguém nos encontra ali, o que diremos? Que explicações poderiam fazer sentido? Que desculpas inventar?
De repente, foi como um grande pontapé que mandámos às preocupações, ao temor dos pais, e saímos do carro.
Entrámos naquela casa escura, e, subindo as escadas, dirigimo-nos até ao quarto. Estivemos um momento a conversar sobre a cama, até que tivemos um mini ataque ao ver as horas... Iamos quase ao meio das escadas quando me lembrei que tinha esquecido o meu telemóvel no quarto, subi novamente e tu esperastes ali. Quando voltei, parei no degrau acima daquele em que estavas....

Subitamente, senti as tuas mãos à minha volta encostarem-me a ti. Puxaste-me para o teu colo e coloquei as minhas pernas à volta da tua cintura. Aconteceu tão rapidamente que só me lembro de o meu coração acelerar quando senti as tuas mãos apertarem o meu rabo enquanto desciamos os degraus...
Ao chegar ao fundo das escadas, o meu cérebro estava completamente perdido. Inocentemente, imaginava que me irias pousar ali. Só percebi que não era a tua intenção quando vi que estava sentada no móvel de entrada...

Desviando a minha perna, encostaste-te a mim. Sentindo-te tão perto de mim, senti uma onde de calor invadir o meu corpo...
O meu coração estava tolo, completamente descontrolado, e o meu cérebro perdido...
Tocaste levemente na minha cara com os teus dedos, senti os teus lábios pousarem beijos delicados na minha pele, um, dois, três, aproximando-se da minha boca... Quando finalmente, senti os teus lábios doces tocarem os meus... Primeiro timidamente, descobrindo... A seguir beijos cada vez mais intensos...
Perdi-me completamente, saboreando os teus lábios, o calor da tua boca...

Não sei dizer quanto tempo ali ficámos, nem como conseguimos parar!
Só sei que fechei a porta à chave, um sorriso de orelha a orelha na face, e que até chegarmos ao portão, riamo-nos como dois tolinhos...
Abri o portão e de repente, calámo-nos... Não, não havia ninguém, apenas um cão selvagem. Apanhaste uma pedra que mandaste para o assustar... Enquanto ele fugia, nós corriamos para o carro. Uma vez sentados, olhamos um para o outro e sorrimos. Mas não durou muito, a atração era mais forte, e perdemo-nos novamente em beijos. Instantaneamente, o coração retomou o seu ritmo louco e pousei as minhas mãos no teu pescoço para te encostar mais a mim...

Mais uma vez, os nossos lábios separaram-se e puseste o carro a trabalhar... Não sei como conseguiste conduzir, eu teria sido incapaz! O cerébro estava completamente perdido e só me dava para sorrir e olhar para ti...


Estávamos quase a chegar à festa, já conseguiamos ouvir a música, mas não queriamos deixar o nosso mundo. Não queriamos ver aquela gente toda, queriamos apenas um ao outro... Numa última tentativa de prolongar o nosso momento, paráste na curva mesmo antes da aldeia. Trocámos uns últimos beijos... Lembro-me que te perguntei se também eram os teus primeiros... A rir, perguntaste se os do infantário contavam. E felizes como nunca, beijámo-nos mais uma vez... O últimos antes de voltar à terra, e deixar o nosso mundo por algumas horas... Porque no dia seguinte, usando mais desculpas, arranjámos maneira de voltar... Corremos para lá, o coração leve e saboreando uma alegria rara, rara e inesquecível...





(pensava não publicar este post, e depois pensei porque não? já que o tinha escrito... e a beleza da recordação vale a pena)

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