mercredi 31 août 2011

Perseverança...

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destroi o seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco, e os pontos sobre os is, em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho nos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva que cai incessante.

Morre lentamente quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não respondem quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.


Martha Medeiros
Escritora e Jornalista

dimanche 28 août 2011

I want you this way


I want you this way, today, tomorrow, every single day of my life...
And it wouldn't be too much... :)

mardi 16 août 2011

If you're not the one, Daniel Bedingfield

"And I pray for the strength to stand today 'cause I love you whether it's wrong or right and though I can't be with you tonight, you know my heart is by your side..."

Nota

"Porque o amor obedece a regras indecifráveis, [...] amar é o maior e o mais compensador de todos os riscos."

É tão suave a fuga deste dia


É tão suave a fuga deste dia,
Lídia, que não parece, que vivemos.
Sem dúvida que os deuses
Nos são gratos esta hora,

Em paga nobre desta fé que temos
Na exilada verdade dos seus corpos
Nos dão o alto prêmio
De nos deixarem ser

Convivas lúcidos da sua calma,
Herdeiros um momento do seu jeito
De viver toda a vida
Dentro dum só momento,

Dum só momento, Lídia, em que afastados
Das terrenas angústias recebemos
Olímpicas delícias
Dentro das nossas almas.

E um só momento nos sentimos deuses
Imortais pela calma que vestimos
E a altiva indiferença
Às coisas passageiras

Como quem guarda a c'roa da vitória
Estes fanados louros de um só dia
Guardemos para termos,
No futuro enrugado,

Perene à nossa vista a certa prova
De que um momento os deuses nos amaram
E nos deram uma hora
Não nossa, mas do Olimpo.



Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa

dimanche 14 août 2011

últimos instantes



Levantou-se aflita
Porque o tinha perdido de vista,
De olhar desesperado
Procurou-o no meio da multidão.
De repente, o seu olhar cruzou o dele,
Magoado e impotente, do outro lado da janela.
As mãos nos bolsos, de ombros caídos,
Nada podendo fazer para a deter.
Ela perdeu-se naqueles olhos castanhos,
Obscurecidos pela tristeza,
Tudo à volta desapareceu,
Nada mais existia senão ele.
Abandonou-se àquele derradeiro olhar,
Sentindo que a perfeição acabava ali.
Naquele instante,
A junção perfeita desfez-se,
Restando apenas dois fragmentos.
Nada mais fazia sentido.
Ele ficou,
E ela deixou metade do seu ser nos braços dele.
O corpo arrefeceu, o coração abrandou,
A solidão instalou-se,
E a escuridão invadiu o horizonte...


13.08.11

Sara P.